domingo, 12 de junho de 2011

Twitter

Esse universo pararelo chamado twitter. Eu gosto do twitter porque me permite dizer o que eu quero. Ainda que haja um auto-policiamento, é claro, porque sei que tenho parente que lê o que eu escrevo por lá e por aqui também. Eu gosto do twitter porque me permite ser quem eu sou sem restrições. Houve quem me lesse e dissesse: “não estou te reconhecendo”. Pensei à época: não está me reconhecendo ou está me conhecendo?

Nunca me adequei a esse universo ~ sou lindo-rico-tiro-fotos-na-balada-posto-frases-de-Clarice ~ que por anos foi do orkut e hoje, pelo visto, pertence ao facebook. E o movimento do twitter acaba indo na contramão de toda essa cultura de parecer ter uma vida perfeita. O objetivo – ser fodão na net – acaba no fim sendo o mesmo em qualquer que seja a rede social, mas os meios pelos quais o fazemos é o que faz a grande diferença.

O twitter me dá hoje a liberdade e, talvez, com algum otimismo, a visibilidade que o orkut e o facebook nunca me dariam. Esse blog, por exemplo, só existe por causa dele. É mais confortável ser quem você é (e não quem você gostaria que fosse) em um lugar em que todo mundo age assim também. A etiqueta do twitter funciona tão bem justamente por cobrar apenas naturalidade. Um constrangimentozinho daquele seu twit quase obsceno sendo visto na timeline alheia é rapidamente ofuscado pelos desejos mais obscuros de milhares de outros sendo expostos ali, à distância de um click.

Não acho que a geração facebook/orkut vai se perder e muito menos se descaracterizar. Mas os pilares que sustentam esse pensamento são tão frouxos que podem ser derrubados pelo mais simples argumento: quem tem a vida maravilhosa está preocupado em vivê-la, não em passar o dia contando vantagem na internet.